9.6.11

Num ápice

Coisas estranhas da vida, ou não, ou o mais básico e elementar que ela tem...e do qual não nos estamos sistematicamente a lembrar...(para nossa sobrevivência, até)...o fim dela.
Andamos a fazer a nossa vidinha atarefada de um lado para o outro e só às vezes nos lembramos que isto é tão frágil como um fio. Somos como uma aranha que vai tecendo a sua teia, mas que basta vir uma folha pesada numa rabanada de vento e esta treta vai-se toda... É óbvio que não sobreviveriamos se todos os dias tivessemos consciência de todas as coisas à nossa volta e da nossa existência...não seria possivel viver todos os dias a fazer o que temos de fazer, a lembrarmo-nos de respirar, de apanhar o autocarro, de que a morte existe....seria impossível. Mas há dias em que por qualquer razão somos lembrados de algumas coisas.
Hoje fui lembrada de que a vida é mesmo mesmo frágil...que podemos não estar aqui para jantar, no mesmo dia em que nos levantámos para tratar de coisas banais, num dia banal...
Estou meia disconexa, eu sei, mas hoje fui lembrada desta pequenina gigante coisa por uma razão muito estúpida chamada acaso: vi uma pessoa a morrer estendida no passeio. Vi-o a despegar-se disto tudo e pura e simplesmente ficar ali...
Dizem: "não houve solução!"
...o que é certo é que esta pessoa estava no seu dia estúpidamente banal, num sítio estúpidamente fútil..(a Direcção Geral de Viação), numa infindável espera estúpida para tratar de uns estúpidos papeis....e de repente deixou de estar cá, e já não vai chegar a mais lado nenhum..........................................


Esta merda é mesmo frágil e muito estúpida, às vezes.
E diz-se: "mas é mesmo assim".
Eu sei, mas faz pensar...


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